ESCRITÓRIO CONTÁBIL & TRIBUTÁRIO PENELA

Microempresa mineira é a que mais sobrevive

26/08/2014 13:33

Betim, na Grande BH, é a cidade brasileira com maior número de estabelecimentos (88%) que passam dos dois primeiros anos de existência. Enquanto no país são 75,6%, no estado são 81%

Paulo Henrique Lobato

A loja especializada em conserto e venda de relógios e joias que Geraldo Salomão e parentes abriram num shopping às margens da Rodovia Fernão Dias, em Betim, na Grande Belo Horizonte, está prestes a completar o primeiro aniversário. A empresa chegou na metade da idade que estudos nacionais e internacionais consideram como o tempo de experiência que um empreendimento precisa para enfrentar o período mais crítico de sua sobrevivência: os dois primeiros anos. Esse período é tão importante que entidades dos setores produtivos criaram um indicador para medi-lo. No Brasil, o estado com o melhor resultado é Minas Gerais: 81% dos estabelecimentos montados aqui chegam à idade de dois anos. A média nacional é 75,6%. E o município de Betim, onde 88% das empresas sobrevivem ao período, ficou no topo do ranking.

Os dados fazem parte da segunda pesquisa Sobrevivência das empresas no Brasil, elaborada pelo Sebrae. Tanto a taxa do Brasil quanto a de Minas subiram em relação à primeira edição do estudo. No país, o índice havia sido de 73,6%. No estado, 78,6%. A família de Geraldo tem experiência em faturar com o comércio: a loja montada no shopping é o quarto empreendimento. Todas no mesmo ramo e cidade. “Meu pai, o Didico, abriu o primeiro ponto em 1969. Completará 45 anos em outubro”, comemora Geraldo, acrescentando que as quatro lojas empregam 22 pessoas. “Nossos negócios devem crescer de 6% a 10% em 2014.” Os percentuais podem até parecer pequenos, mas superam o índice estimado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) para o aumento de vendas no varejo nacional este ano: 4%.

A loja da família de Jociane Carvalho Amaral, a Maria Angelina Aviamentos, também fica em Betim e deve faturar até 10% a mais em 2014. O empreendimento, que gera seis vagas diretas, abriu as portas há 22 anos. “Um dos segredos da longevidade é o tratamento adequado da clientela. Ainda mais que boa parte dos consumidores que vêm aqui é de idosos”, conta a empresária.

Tanto ela quanto Geraldo se recordam das dificuldades que seus estabelecimentos enfrentaram nos primeiros dois anos de mercado. “É o período mais crítico para um negócio, pois o empreendimento está se lançando. Ainda não tem clientela e, muitas vezes, o empreendedor não tem experiência em gestão. Internacionalmente, um negócio que atinge essa idade adquiriu certa experiência de mercado e conseguiu enfrentar os anos mais críticos. Após esse tempo, porém, novos desafios aparecem. É importante planejamento, conhecimento do mercado e boa gestão financeira”, reforça Carolina Xavier, analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas.

Mas quais motivos ajudaram Betim a liderar o ranking nacional? Quem responde é a própria especialista: “Diversos aspectos favorecem a sobrevivência de uma empresa. Além de questões gerenciais, condições do ambiente externo podem favorecer ou limitar o desenvolvimento dos negócios. Betim tem atraído investimentos e possui taxa elevada de consumo. Tudo isso contribui para o desenvolvimento econômico no município”.

AVALIAÇÃO Para elaborar o ranking, o Sebrae avaliou as cidades com número mínimo de 300 empresas abertas no exercício de 2007. Dessa forma, 264 cidades de todo o Brasil figuram na lista. Depois de Betim, cuja taxa é 88%, aparecem a mineira Sete Lagoas, na Região Central, e Ribeirão Pires (SP), ambas com 87%. “Entre as características comuns a estes municípios, estão, por exemplo, o fato de serem localidades de porte médio (em termos de população e renda), estarem próximas a algum mercado consumidor importante (Grande BH e Grande São Paulo) e pertencerem a estados ricos”, concluiu o estudo do Sebrae.

Tanto Betim quanto Sete Lagoas estão num raio inferior a 70 quilômetros da Praça Sete, o Centro da capital mineira. Belo Horizonte, porém, é a 17ª cidade do estado com melhor taxa (77%). Em geral, contudo, os indicadores nas capitais são menores do que as médias dos estados. Há pelo menos duas explicações para isso, segundo especialistas. A primeira é o fato de as capitais terem maior concentração de empresas, o que pode gerar sobreoferta de produtos e serviços.

A segunda se deve ao que os estudiosos chamam de deseconomias de aglomeração, que são custos inerentes às áreas urbanas, como o alto preço do espaço urbano (aluguéis, IPTU etc.), a força dos sindicatos (campanhas que conseguem aumentos de salários acima da inflação), dificuldades de mobilidade (congestionamentos, transporte público deficitário etc.) e regulamentações municipais (leis que geram despesas maiores para as empresas). De acordo com o relatório do Sebrae, tais fatores afugentam as grandes indústrias das metrópoles.

Indústria tem o melhor indicador

A pesquisa também apurou a taxa de sobrevivência por setor econômico: a indústria, com índice de 79,9%, ocupa a primeira posição no ranking, seguida pelo comércio (77,7%), construção (72,5%) e serviços (72,2%). A Região Sudeste é a que obteve os melhores indicadores: a taxa foi de 83,2% para a indústria, 79,9% para o comércio, 77,3% para a construção e 75,7% para os serviços.

Os técnicos do Sebrae concluíram que o melhor desempenho da indústria pode ser explicado, pelo menos em grande parte, pelo fato de “serem maiores as barreiras à entrada (os requisitos de capital, tecnologia e conhecimento técnico são proporcionalmente maiores) para o ingresso no setor e onde tende a ser menor a pressão da concorrência. Uma vez estabelecido o negócio no setor, as barreiras à entrada mais elevadas funcionam como uma proteção natural às empresas estabelecidas”.

Por outro lado, levando-se em conta a primeira edição da pesquisa, o maior avanço ocorreu entre o setor da construção, onde a taxa de sobrevivência das empresas com até dois anos subiu nove pontos percentuais. “Uma possível explicação pode ter sido o aumento da demanda interna por este tipo de atividade, em paralelo a uma melhora na qualidade dos produtos e serviços do setor”, informou o relatório dos pesquisadores.

Estado de Minas

Pesquisar no site

Contato

CONTPENELA ESTRADA VILA NOVA
ANANINDEUA
(91)3231-1400 / 3245-5131

Contate-nos

 Estamos preparados para atender sua empresa com profissionalismo e qualidade 
Nossos serviços:

Contábil

Fiscal

Pessoal

Comercial

 

Mp 927/2020

 
Clique Para Visualizar
 

PRESS CLIPPING

27/11/2025 07:47

HOJE

Receita Federal libera antecipação de parcelas para todos os tipos de débitos do Simples, incluindo o RELP-SN A nova funcionalidade pode ser acessada tanto pelo Portal do Simples Nacional quanto pelo e-CAC   Comissão do Senado adia votação que aumenta taxação de fintechs e bets Líder da...
27/11/2025 07:40

JURISPRUDÊNCIA

  Juiz exclui taxa de entrega da base de cálculo de tributos de restaurante Juiz federal entendeu que a taxa de entrega é receita apenas para as plataformas, não para os tomadores do serviço   STF suspende ações de indenizações por atraso e cancelamento de voos Processos...
27/11/2025 07:35

TECNOLOGIA

Prorrogação de benefício tributário a equipamentos inteligentes sai de pauta Projeto prorroga até o fim de 2030 benefícios para equipamentos da chamada internet das coisas   Órgãos federais aumentam em 28% a maturidade em privacidade e segurança da informação Dado foi divulgado pela Gestão...
27/11/2025 07:35

ARTIGOS

Imposto de Renda zero até R$ 5.000 cria assimetrias tributárias Ao reduzir base de pagadores de IR, governo Lula desiste de educar cidadãos sobre como é empregado o dinheiro dos brasileiros para bancar o Estado de bem-estar...
27/11/2025 07:35

AGRONEGÓCIO

Etanol: análise da USP explica por que preços do biocombustível mantêm alta em novembro; entenda De 17 a 21 de novembro, o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,8554 o litro. O anidro fechou em mais de R$ 3. Chuvas acarretaram baixa...
24/11/2025 07:30

RECURSOS HUMANOS

Mulheres fazem 10 horas a mais de trabalho de cuidado que homens Estudo mostra que a carga de cuidados pesa mais para negras, moradoras de áreas rurais e quem tem filhos pequenos, com impacto duradouro no emprego.  
24/11/2025 07:30

INTERNACIONAL

Acordo Mercosul-UE será assinado em 20 de dezembro, diz Lula Presidente participou de encontro do G20 na África do Sul    Novas exigências de declaração do IRS tornarão arriscada uma clássica ‘manobra fiscal’ com criptomoedas O IRS geralmente trata cripto como propriedade, semelhante a...